sábado, 29 de outubro de 2011

Sem inspiração



"Fracos imprudentes na beira que leva ao precípio: pensamentos são chaves relativas ao dom de esperar mesmo onde o recomeço sugira dor.  Seguro nas mãos do acaso e de embalo sigo curta na emoção, a melhor verdade é aquela que é dita no silêncio... Transpiro poesia como quem produz oxigênio, alimento o solo da dificuldade com a possibilidade, e assim, a doação se faz em partes iguais ainda que o vazio diga ecos que nem a própria terra seria capaz de traduzir. Será mais uma vez como agir de impulso, voar sem plano e caminhar sem rota; se a inspiração se vai, o amor se aproxima...Continua tudo bem. A poesia só envolve suposições quando é paixão, a certeza nasce do amor e no amor ela se torna prece; se for destino, é imutável...Pois os dias vem e vão, as horas não importam como o que se fez apartir do seu tempo, os motivos viram punições ; as certas estão de malas feitas, o destino mudou, permiti que as lágrimas se calem dentro delas, pois no peito não se cabe uma gota a mais... E com o sorriso inconsequente, a malícia de um poeta , os planos de adeus: Se faltarem motivos pra sorrir, inventarei-os!"

(Miquelinne Araujo)

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Reflexo



Frente aos pensamentos, enxergo mas do que vi...Início de outra volta por mim, patética e ridícula, mas necessária.Quem sabe daqui pouco tempo terei novamente culpa por estar parada , no êxtase, descalço os pés e rotulo o que sinto. Se falta pouco, inda não sei, e prefiro deixar em reticências, carregadas as soltas para que se possa refazer em cada novo gesto. Sei que talvez nunca volte a ser o antes, e se for, não será como já o fui. Nem diferencio se sou o que vejo ou aquilo que falo, perdi verdades no reflexo, transformei-me em parte oposta, contraditória em tudo que se pode tocar, insatisfeita no vão das coisas. Sou mudança incompleta, aquilo que sei me modifica em linhas, serei tinta que falha, escreve errado o que se tem como certo, pois sei o que demonstro, assim como tudo que ainda não descobri. Vesti escuro, proporciono calor no rosto sugestivo, ora triste, ora alegra, depende dos olhos que o cercam, sou mil contradições em uma única certeza: A de que jamais serei embalagem, pois sou adepta a refazer e até o que não sou capaz de sentir me faz real. Recuso a mesmice assim como embaraço o baralho da minha vida, serei monstro das noites quietas, inveja dos choros calados e anúncio da chegada receosa, preparada pras escolhas pois que a poeira desenha nova carapaça onde sorrir rabisca os tons e reconcilia as metáforas; finalmente o espelho produz imagens ocas, reconheço-me  e transmuto...Que pena, era só sonho, hora de acordar!

      Um adeus as tempestades e ao sabor de inocência, chegou o tempo de escolher entre ir e ficar, e escolhi pelos dois,
 optei por partir e voltar, recomeçando outra vez
 a descoberta de mim, que nada
 mais sou do que sonhos
 em 
construção.

        Miquelinne Araujo

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Castelos de Ilusão

Mas... e se a realidade não passa de mera ilusão?


"O período da falta não corresponde mais a certeza do prelúdio, os pensamentos se chocam com as veracidades do olho fugitivo e as esperanças alçam voo perante a sensatez: Chegada de novo dia!
Envolvidos na caridade de amar por vezes, esquecendo até mesmo da fina capa que encobre os adjetivos, deram-se sequências de dores, derramou-se líquido vindo da alma e por hora, restou apenas certa a busca por novas direções. Os trilhos mediatos não servem como medida, são variáveis e metamórficos, crédulos em sonhos, mortais em corpo.Mortalhas dispersar que sugerem respiração aguçada e penetrante, corpos sem vida de almas perdidas, entristecidos pela sombra do sol, aquecidos pelo frio vago e contínuo do luar. Opções, desfechos, fim do primeiro ato: Apoderou-se então do relógio o tempo, aprisionaram-se a doçura, o enternecer e do intervalo, volta a prudência em escolher por dois, pois se existem escolhas, não existem amores! Questões nuas, cruas e passadas, decidi por não mas sofrer pelo o que é substituível, que dure o necessário a se fazer lembrança, aconchegue bastante a ponto de causar saudades, sufoque o desvalido sentir da perca e liberte pois, o fim depois da volta. Optando por três saídas, abre-se apenas a desconfiança de por onde melhor atravessar, a vida já não é fácil, pra que complicar?"

Miquelinne Araujo

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Molduras,vozes sem rosto!





O fim que renova as forças e entoará uma nova canção. Um relógio que parou no tempo para medir o descabimento do amor e que não permite voltas sequestradas, pois é paixão em horas e busca incessável pelos minutos que escapuliram das mãos.Foi sim, e cada novo pulsar, sugere viver e morrer, mas dentro de si, donde nenhuma voz se não o silêncio é permitido. Queria só invertes, trocar papéis e ser dona da "música", cantada em sopros e poucos suspiros, trazendo surpresas e novos segredos, que na alma não caberiam!Produz a mesmice daquilo que não é, e se constroem apartir do se foi, renovando o verdadeiro sentido se "ser". Os lábios ainda assim, mostram, calam a penitência com o toque rendido,  esperado  e prologando ao cubo pelo súbito desejo de unir em dois o que é apenas um, por fé e não pretensão. Que vá então ao céu e tragas a mais brilhante, capaz de espantar a certeza de tua solidão, pois não serve de abrigo uma moradia revelada em terreno fértil e plano, queres viver do gosto errado, daquilo que é pecado, onde o sabor do erro esmague a dor de esquecer. Querido incerto, dono de voz convidativa e olhos preenchidos, que impõem limites e se tornam ilimitados, descubra-me por cima de teu poder que é olhar cuidadoso e quebre de si, estes quais nada menos merecem do que a paz de ser amado na esquina de tua sede...
                                   Docemente amargo...
                                                                      Tua voz!


(Miquelinne Araujo)

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Velhas Lembranças


Eu te amo...
Tu me amas?
Eles ainda se amarão!

Nos engasgos e soluços, pouco pode ou nada, talvez tudo...Pois foi cedo, e nunca tarde.
Senti sim, as vezes que demorou-se a partida, doeu e ainda doi.
Preferencie por esquecer aquele monstro tenebroso e também necessário, que fez da solidão um refúgio do qual nunca quiz estar. E se foram meses, foram-se certezas, e ainda vão com elas lágrimas, seladas e envelopadas, capazes de curar e fazer lembrar o que nunca esqueci. Não sei se é, se já foi, ou se ainda será, apenas levo a coragem de arriscar entre penhascos a sorte  de escolher por voar... Odeio conjungações em pretéritos imperfeitos! Mostrando-os apenas metade de um todo incompleto, metaforicamente
 surpresa e por dentro, casa oca e opaca, eco transmitido de uma  verdade aguda que  cala. 
Quanto tempo depois da primavera o vento ainda espera para relevar ao lugar as folhas que o outono recusou... Tempo precioso e gasto com outroras desfrutadas de maneira singela, e o sorriso que não mais acalma! Não aceito mais fins em minha vida, recuso a embalagens (gosto de conteúdo), busco sorrisos sinceros em pessoas "falsas", procuro por amor nos "sem corações", transmito paz na minha dor e me renovo a cada renúncia, me prosto de poesia  e sangro amores que já foram e decidiram por voar.
Tardes quentes embalam as lembranças que guardei, o gosto de beijo ainda permanece apesar das decepções e o abraço prometido se tornou promessa desgastada, que desmereceu a realidade enfática que sobrou. Os efeitos que construi, são suficientes para colorir uma vida sem cor, pintei arco-íris  e baixei o véu da inocência: Agora sou eu quem comando o que vem e o que vai, e o que a vida recusa, eu arranco dela...

P.S: Por que nunca se vai verdadeiramente ao fim, onde o profundo do futuro presenteia o passado com as recordações do que se passa...Por que recomeçar sem mágoas é a chave para a felicidade!

Miquelinne Araujo

domingo, 2 de outubro de 2011

Das Cinzas ao amor

Renova-te a alma e refaz teu coração

Como Fênix que renasce do pó indevido e inútil,
será assim o voltar dos tempos vindouros, antigos que acercam as trilhas profundas do coração.
Veias enigmáticas e submersas, afogadas devidamente no leito da noite e vendida em delírios nos amanheceres...
É uma vida, um novo tom, a melhor das melodias!
A música sugeriu aos cantos a renovação da composição e em letras cifradas descobriu tanto quanto poderia querer e desejar: Ela enfim descobriu a si mesma.
Nem mais , nem menos.
Como a vida a inventou e como ela nunca pode ver... As pegadas que deixou na areia, o vento encarregou-se de apagar, o mar é sua inspiração e o choro que antes atordoava, tornou-se réstia precisa para continuar.
"Ela" talvez nem sonhe no que se tornou, mais se compara o brilho eterno de uma estrela que incendia sua própria sorte, virou autora das suas máscaras e até frágil refaz segredos e parte sentimentos...
Nem mais, nem menos.
Sim, ela viu em seu reflexo um refletir de poesia,
Sentiu invadir em sim o convite ao pecado,
Está gravemente vestida de amor e despida de toda e qualquer frustação: Ela que amar e nada mais!


Miquelinne Araujo