Não peço nada que não possa me dá... Aceito um gesto pequeno se
for isso o que mereço, aceito o silêncio, aceito a compaixão... Aceito tudo e
mais um pouco. Me perder nessa busca em busca de mim, fascina-me a ponto de
perder o encanto, por que já me perdi de tantas formas e tantas vezes, que
cheguei a desistir de mim. Não por falta de força, não foi isso (pelo menos é o
que tento me convencer), mas pelo fato de não poder mais me perder naquilo que
me encontro, não ouso proclamar além do que sinto que sou, mas essas certezas
me escapam numa velocidade superior a que posso me reerguer. De dias tristes,
levo a cor que melhor define a tristeza... Dos alegres guardo a essência de
apenas serem alegres, nada mais importa! Mas não adianta o quanto eu queira
disfarçar esses tons cinzas que vez ou outras teimam em aparecer, colori-los
não resolve, apenas maquia... E sei que logo virá outra tempestade, outra
ventania, e tudo voltará a ser como era, toda a "maquiagem" descerá ,
deixando apenas o rastro e a marca que passaram por aqui... Insisto , teimosa,
em desenhar castelos onde a planície derruba, sem arrependimentos reconstruo
novamente, as vezes cansada, outras disposta... Apenas recomeço! Amor que é
amor, supera o fim, amor é ter o dom de mudar... É saber recomeçar do ponto
final, apartir de uma vírgula, pondo na frente os maiores medos, guardando
nossas dúvidas pequenas... Acima de mim, decidi me amar na reconstrução,
aceitando o meu pior e melhor, meus anjos e demônios, do fim não invejo nada a
não ser sua falsa profecia de que termina (quem derá realmente tivesse
fim).
Miquelinne Araujo