terça-feira, 16 de outubro de 2012

Sobras


Não peço nada que não possa me dá... Aceito um gesto pequeno se for isso o que mereço, aceito o silêncio, aceito a compaixão... Aceito tudo e mais um pouco. Me perder nessa busca em busca de mim, fascina-me a ponto de perder o encanto, por que já me perdi de tantas formas e tantas vezes, que cheguei a desistir de mim. Não por falta de força, não foi isso (pelo menos é o que tento me convencer), mas pelo fato de não poder mais me perder naquilo que me encontro, não ouso proclamar além do que sinto que sou, mas essas certezas me escapam numa velocidade superior a que posso me reerguer. De dias tristes, levo a cor que melhor define a tristeza... Dos alegres guardo a essência de apenas serem alegres, nada mais importa! Mas não adianta o quanto eu queira disfarçar esses tons cinzas que vez ou outras teimam em aparecer, colori-los não resolve, apenas maquia... E sei que logo virá outra tempestade, outra ventania, e tudo voltará a ser como era, toda a "maquiagem" descerá , deixando apenas o rastro e a marca que passaram por aqui... Insisto , teimosa, em desenhar castelos onde a planície derruba, sem arrependimentos reconstruo novamente, as vezes cansada, outras disposta... Apenas recomeço! Amor que é amor, supera o fim, amor é ter o dom de mudar... É saber recomeçar do ponto final, apartir de uma vírgula, pondo na frente os maiores medos, guardando nossas dúvidas pequenas... Acima de mim, decidi me amar na reconstrução, aceitando o meu pior e melhor, meus anjos e demônios, do fim não invejo nada a não ser sua falsa profecia de que termina (quem derá realmente tivesse fim). 


Miquelinne Araujo