sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Nada de Adeus



(...) Como em um livro, as histórias aqui se renovam numa mutação de sentimentos, rasgando páginas, borrando letras em capricho, eternizando capítulos! Os números crescem em ordem sossegada, as mudanças mudam até o que não precisa mudar, por precisão de um olhar seguro que prove da dor a parte que apenas concilia o vínculo com a liberdade, já que os cadeados não aprisionam o que já nasceu livre.
Os passos foram dados devidamente como o plano sugeria, na beleza que transcede do irreversível que penetra veia por veia do espírito que morre, abrindo espaço para novidades, impostas sobre a superioridade de cada um que se atreve reconhecer-se, submersos em si sob o sua passagem,  descomprometidos com bagagens anteriores, daqui a pouco será  futuro que estampa novo em 365 novos amanheceres, que se deitam cansados após 365 noites aproveitados no melhor que a lua podia proporcionar!  O salto desse sapato está desgasto, há até quem já prefira estar descalço, cansados da postura incorreta cometida durante sequências claras do que se pediu do acaso, figuramos assim, um Ano Novo... 
 E nada muda até onde há a permissão de mexer, querer transformar a agonia em uma nova poesia que traz lágrimas, mas vesti-se de roupa branca como quem promete tudo e apenas recomenda-se dos erros, levando pro lado o que deveria estar a frente, de roupagem apenas visível aos olhos de quem almeja recomeçar! 
Esqueço as antigas canções e abro a porta de frente para novas melodias que sei que ainda vão tocar n'alma, mas as vezes ainda revivo cenas buscando sentir novamente o sabor em vivê-las, por que foi bom, continua sendo bom, sempre será bom...
Pego-me vez ou outra, roubada da realidade e levada de junto ao que não queria ver morto, pego-me pegada no perigo que é buscar no passado algum detalhe pra ser imposto no futuro, perigoso será se eu encontrar, então, o que faremos? 
Não é que seja triste finalizar esse último capítulo, mas é que sei que será difícil reunir novamente todos os traços que no início estavam inertes no silêncio trazido de longe, foi necessário perder para me encontrar, e encontrando-me, supus ser melhor estar perdida do que parada, vendo tudo passar e nada querer!
Na areia planejo novos sonhos, não pra mim, pra nós, para vocês que se fazem eu no instante que se permitem me conhecer, e que novas esperanças se reúnam e nos reúnam, nos unam, nos mudem(se preciso for apenas), e que não se quebre essa promessa de novo, as únicas que não permito se esvaírem na solidão,   pois matando a promessa, também mato a tudo que creio,e no que creio, é na maravilhosa metamorfose, modificando números e vida, modificando eu, você e ele, nos ensinando a cair, e quem disse que isso é adeus? Não, se faz bem não se pode despedir, apenas esperar alegre pelo próximo reencontro, ainda que na memória, ainda que nessa mera poesia...


(Miquelinne Araujo)

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Refúgio


Quebrou-se , vidro de sangue vermelho, 
manchado pela dor de ver partir a essência do tempo, 
tempo que também se vai, tempo que só destrói. Duvidando 
de seu força, o barco flutua nos mares da indecisão, penetrando de arranque naqueles que o seguem, sendo como fim de uma nuvem que chora transformando-se em chuva...Desaparece então o encanto, e antes que fosse aurora, anuncio o crepúsculo, trazendo consigo o que resta de brilho e o que de alguma forma, ainda permite-se ver. Finda a tempestade no coração, dá-se lugar ao arrependimento e coloca-se em prática tudo que se pôde aproveitar, mantendo a aparência de um anjo e trazendo no coração, toda a sorte de não sê-lo. Será realmente que um erro pode condenar uma vida toda? Ah, é um encanto doce, uma amarga certeza, um brilho no escuro, é uma metáfora que dispensa  conceitos, sendo que o poder da visão pode até iludir, mas não pode encerrar.  E não é força que desvenda, no que o brilho terreno não encabula, timidamente se enxergam horizontes , onde nem por uma vez de deixou de acreditar. Dos anjos faltou-lhe apenas asas, mas se as tivesse, o Voo seria tua escolha e vê-lo partir, faria tudo que é concreto desmoronar em águas salgadas, descidas da fonte de todo sentimento e levados de junto até beco sem saída, ali, teria apenas duas escolhas: Ou viveria pra voar, ou voaria por amor e em nenhuma delas, poderia tu voar...

Miquelinne Araujo

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Vítimas do Acaso



Silêncio!
Enfim repouso calma e tranquila na frente de um espelho retorcido sugerindo opção...
No contexto seria apenas desconcerto de algo que nem quebrado está, mais do descaso se formulam páginas prolongadas contadas em histórias de humanos apaixonantes, autores da própria dor e fugitivos de um sorriso. Somente ao ar seria prisioneira, das rotas que já não mostram nada além de pontos cardeias embaralhados e contrários, manisfestando apenas o desejo de ser feliz em toda a plenitude que se pode explicar! Deixo apartir do sonho a única certeza de ter e ser ao que se pode querer, pois se não tivesse estado e passado pelo experimentei, jamais seria o resultado das minhas ações e dos meus sentimentos: Seria apenas sombra do destino, catalogada e pronta a se industrializar aos sentidos, captando do sossego somente o que de resto, não mais serviria a não ser para separar do conjunto o que tudo significa vazio... No silêncio, enxergo sons que ouço através do cortejo que se dá d'alma pra alma, cortando do peito a ânsia de dá o melhor que decifraria a sensação de estar em voo plano em um céu de escamas e poucos anjos, posto que a chama do segredo já era apagada a muitos, e brilhara a mínimos. Aceitaria sim o desaparecimento de fadas se fossem substituídas pelo doce que um dia fez-me ver o refém de minha música e que agora nada mais me comprova de que pecado também se veste de boa roupa e tem máscaras que até o amor desconhece.
Seria então o amor o mendigo que pede ajuda para não morrer ou a vontade da morte em se torna vida? 

Miquelinne Araujo