domingo, 27 de novembro de 2011

Do que vai, do que volta!



Após tanto tempo, tantas quedas, tropeços, chegando quase ao final, achei escondido num canto dos meus sentimentos,  um apelo da alma, fui escutando gritos, folheando páginas, revivendo as incertezas do acaso...Uma vivi, outras são rabiscos de inocência, outras ainda permanecem em branco, outras nem tanto, retornei em risos às tímidas, amarrotei as diferenças, mas, não há como evitar, parei nas que traziam lembranças de desespero, ainda revertidas do temporal, umas tinham esboços , outras estavam em resumo(Talvez para não reviver novamente a dor)...Vestígios ainda vivos de sonhos, passei sem olhar as que sugeriam  letras trêmulas de medo, até encontrar nelas as respostas...Confesso, tentei  passar a borracha em alguns capítulos, apagar, mais o passado teima em não desaparecer (Ele se Refaz). Admito, estranhamente, foi o melhor de meus ensaios, de minhas tentativas, foi lá que me tornei o que sou: Pura teimosia , cresci pra baixo, enraizei -me, aprendi a não me ferir,suportei as ventanias. Com o tempo, furtei os sorrisos, tatuado nas lembranças, guardados sob segredos. Tento viver intensamente, sem fugir dos recomeços, sem antes não passar pela travessia. Muitas ainda são as páginas em branco, somente eu vou relatar...O fim nunca esteve tão longe! Tenho o cuidado e o capricho de acariciar cada palavra, "bordar"  cada letra, cada sentimento, cada expressão.Foi assim, que resolvi abraçar-me como nunca abracei,
com todo o corpo, um toque visceral,
logo vi que talvez... fosse ainda ficar vazios,
como ir sem ficar, como ficar sem partir.
Tive que pactuar com o destino a minha ausência,
ir embora, sem deixar de existir.
Não teve jeito... virei poeta,
coloquei nos versos, pedaços de mim, pedaços da minha alma,
passei a ficar nas palavras, em cada expressão,
do desespero da partida, ficou a certeza da despedida.
Estou calma e tudo hoje me aquieta,
não estou em desassossego, nem sou mais inquietação.
Só assim, pude me olhar em silêncio,
e tudo hoje é calmaria.
Continuo  amando até o fim... em demasia.
Pensei, antes de partir... deixar um pedaço da minha alma.
Não consegui... a deixo por inteiro com todo o esplendor...

Miquelinne Araujo

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Um pouco além


 Eram vidas transportas, que elevadas já iriam ser luz. Foi descobrindo o medo que perdi a coragem pra desistir... E tudo tava lá, descaído, sem formas, o olhar que antes penetrava gerando arrepio, hoje só traz lembrança que nem merece memória. Vi passar a pressa acompanhada do desajeito e presenciei a queda da ilusão: o nunca se transformou em única verdade aceita, transformando o infinito em algo simples, tirando o brilho daqueles que apenas sonhavam em mudar o rumo para algum espaço onde sonhar não fosse desencanto. Infelizmente, disse adeus a muitas flores que reguei cautelosamente, mas sou capaz de não chorar vendo que existiam outros jardins mais merecedores dessa maior beleza . Aprendi assim a ver a vida de um outro ângulo, já aceitei o fim como algo que de certa forma será recomeçar , domestiquei meus sentimentos e só assim deixei de ser dona de mim, pra ser dona de meus sentidos...Hoje não espero mais a volta, não  conto horas para partir, eu aceito o futuro, só não aceito dizer adeus a certeza de que os que amo estarão sempre comigo, guardados onde nada e ninguém poderá roubar. Talvez a vida seja um sentido em busca de perguntas, ou uma pergunta que merece respostas, mas sinceramente, prefiro dizer que a vida é aquilo que acontece no limite do limite, é a força que move a morte e abre espaço pro amor...
Por isso, aceito as tempestades como algo desafiador, e essa "tempestade" também vai passar!

                                     Fé

Miquelinne Araujo

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Dúvidas?



Ando a provar do gosto bom que o gosto tem...
Sentindo o frio abstrato que convence a partida e afrouxa a linha de chegada (Será sonho ou ilusão?)
Sinto também como se algo aqui dentro eclodisse no vão do silêncio, algo que é contemplador, será que é amor?
Tô vendo muita sede pra pouca água, enxergando muito ódio pra pouco amor...
Algo assim sem tradução, um "algo " que é martírio pleno no abrir de um sorriso , onde poucas ou muitas vezes pouco se ouve a não ser o que convém escutar!
Há mais de mim naquilo que não sou do que eu suponha saber, o imprevisto é minha roupa de preferência secas ao sol da plenitude e soltas ao vento para voltarem ao longo de onde nada formula ou consente: Será novamente amor?
Apesar de depois, ainda serei capaz de corrigir ao antes, não sem nunca ter visto o que espera, ou mesmo não adorando o que vejo ir, mas serei atenta e a tudo que vier a porta desse sentimento, serei inverso que é reutilizado, não como casca, mas como recomeço.
E de sobra soprarei prudente aos sonhos que a vida se encarrega de projetar ainda que não sejam sonhos, será arrancado de tudo o pouco que submete, forma mais simples de pecar e continuar santo, aceitando o começo como algo novo e não como decepção...
Por sem ser sendo a sugestão, aceito o convite do destino de embaralhar outra vez, esconder o que não preciso e demonstrar o que perdeu, posto que sempre será aceito a dor, mas não sem antes de saber que ao menos pra doer, valerá a pena!

Miquelinne Araujo





segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Outra Lua



Não gaste o que poupa no resto da noite.
Arranja espaço suficiente e guarde os cascalhos de teu gostar.
Pequena Criança, espera tua vez, no amor encontrará luz própria...Aquieta a ansiedade, se existem os que te machucam, também existirá quem te cure. Busca novos portos , guardando teu coração usado e reutilizando tuas lágrimas onde possam morar sozinhas. Ah, Querida Pequena, leva-te ao teu centro e cansas tua teimosia: espera tua hora sossegada, o amor já a fez apressar, agora te senta no colo da piedade e destroe os laços que inda insistem a te levar pro passado. Acalma teus passos ligeiros e liberta esse riso tristonho...Soberana sobre teus poderes, escolhe o lado do oposto onde tua verdade é mais fácil que teu pranto. Dorme  singela em teus encantos, descortinando toda a mancha do que é ilícito em teu pulsar, sendo certeza que passa ou dúvida permanente.Afaga o brilho em teu céu, colore tua alma na cor da vida, assim como quadro que é sólido nos pesares que a  dor ainda te permite sentir. Os medos ainda estarão lá Criança...Mas cabe a ti a força que destroe lentamente, traduz a saudade que ainda doe, mais que de certa forma, já gera encanto...
Olha, tua força cresce onde nem tu mesma consegue chegar, teu impossível gera opções contrárias e somente você escolhe teu bem. Assim o faz, Pequena dos sonhos gigantes, que já será o caminho do teu novo amor, acompanhado apenas das lembranças que em verdade, já te fazem grande...

Miquelinne Araujo

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Já se perguntou por que mudamos?






Já se perguntou por que mudamos?
Por que aquilo que era o necessário passa a ser insuficiente?
O que era completo agora é uma lacuna insuportável...
Uma falta de nada, uma vontade de tudo. Tudo queima nada aquece...
Vontade de sair dali, sair de si, sair do certo.
O que tremia sua alma, agora não distrai nem o seu olhar.
O que te enchia de sentido, agora é tão vago como um labirinto de vento.
A alegria de “estar” acaba dando lugar a vontade de voltar ao inicio e não acordar vindo de outro planeta se sentido só.
Não quero tempo, sei o sentido que ele faz.
E acredite; eu não quero esse sentido, pelo menos não agora.
Quero fugir, tenho caminhos, mas e o combustível? É o bastante? É sim! 
Mudar não é egoísmo, é amor próprio.  Isso basta! A ferida que sangrou já me fez sentir prejudicado uma vez, mudar é o melhor.
Quero um trevo de cinco folhas que é muito mais raro.
Quero a perfeição do espelho, Essa perfeição que faz estrago,por que antiga perfeição não passa de quadro surreal onde cores te impressionam, mas as formas não te tocam, pelo menos não me tocam. Nada me toca mais.
“Ultimamente vejo milhões de fotografias e acho todas iguais”.


E o sentimento? Nada impede que ele empedre mesmo crendo-se infinito? 
A resposta é nada... O fim de um sentimento é mais concreto que seu inicio, é mais nítido quando acaba do que quando começa. No inicio você não enxerga erros, no fim você não vê nada além disso.
Soa-me falso... De brinquedo... De mentira... Humano...
O que fazer quando acaba?
Se contentar... Se tudo mudou é por que não era concreto e se não era concreto não merece memórias.
O sentimento não dói quando acaba, o que dói é a sua continuidade depois do fim.
Não quer dizer que tudo foi mentira, o que aconteceu continua estático, naquele momento foi real, uma variante de tempo e espaço, onde uma das coisas constantes é a mudança.

(Welligton Magalhães)


Miquelinne Araujo: Não me canso de dizer que és um dom tê-lo como amigo, mesmo que distante (Agora comprovo que anjos existem e fazem das palavras sua morada)...Parabéns Marujo!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Deduz



Se vão ou se ficam, só eu poderei escolher. No resto que sobra só respiro em teimosia, chegando  na linha e lá abandonando os medos. Foi encanto que seus olhos não podem explicar 
e que a sua  boca nunca irá desvendar. É a mágica
 ternura de querer tanto, capaz de esquecer aos olhos
 e só dá sentido ao coração. Uma poesia sem começo, 
mas de fim previsível, você ficará sempre aqui e eu 
permanecerei nas lembranças, no frio e nas cartas, 
cartas que te envio pelo desejo de estar ao teu lado
 ainda que em sonhos, pois essa ilusão me parece 
mais doce que qualquer beijo. Tua forma de 
levar o que nem eu conheço: Estranho, 
mas até os poetas se rendem ao seu 
poder. Sou eu quem comanda
 o que entra e o que sai, 
mas teu nome estará aqui 
eternamente, escrito em 
letras permanentes
(Nem o tempo há de apagar). 
Tornaste mais simples
 a maneira de 
entender o inexplicável,
 pois és o impossível 
que me emerge no mar
 dos anseios
 e me afoga na dor 
de vê-lo partir. 
Fique um último momento,
 aquele em que te senti sendo eu,
 aquele em que eu fui mais você do que você mesmo poderia ter sido, 
aquele em que te senti meu...
Um dos sonhos de estar sempre ao teu lado,
 ainda que nem você saiba que és o meu "você",
 que me leva das noites o melhor do medo de amar.

Na ilusão 
e
 pra sempre...
 Sigo te amando♥


 (Miquelinne Araujo)