domingo, 31 de julho de 2011

Nostalgia


Na certeza que passado e presente, se completam!


Se tivesses sentido todo sentir que um senti por você, 
não machucaria tanto a certeza da incerteza,
o sabor do amargo doce dessa desilusão,
a mudança de pele...Hora de acordar.

Se tivesses chorado o pranto, ao invés de guardá-lo,
teria visto em minhas lágrimas o correr do tempo,
e não mais levaria consigo a dor de saber do não querer.

Se tivesses corrido ao encontro do final,
talvez não tivesse início essa metamorfose em meu peito,
e não mais seria sonho,
seria SONHAR.

Se tivesses teimado em desacreditar nessas mãos, 
que nada mais querem,
nada mais resolvem,
nada mais sentem.

Se tivesses amado ao contrário de esquecer,
saberias o que sinto e não sentirias o que sabe.

Se tivesses amado, eu não precisaria partir e você, não precisaria esquecer. 


Miquelinne Araujo

Efêmeros...


Ao contrário dos opostos, minha atração é tua ilusão!
Ainda que todas as gotas transbordam-se e em meu peito já não existe a presença,
ainda que a distância fosse capaz de arrancar minha asas e tirar do peito a constante pulsação eloquente dos meus sonhos,
ainda que o brilho já nem brilhasse e as folhas não se movimentassem e trouxessem mesmo que passageiras a inconstância do último outono,
ainda que eu morresse em teus braços e me fizesse resto nas lembranças e revivesse na amarga tortura de não mais sentir,
ainda que eu teimasse em esquecer e desfazer o nó na garganta que me traz o soluço escondido,
ainda que todas as linguagens me sequestrassem e não pedissem nada em troca a não ser minha poesia...
Ainda assim eu viveria para poetizar!


Miquelinne Araujo

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Ciclos


Sem rumo,sem vida...Apenas amor.

Demorei...Mas hoje entendo os sinais da alma, do destino e quase me prendo a mesmice, a chatice de achar que tudo fosse mera repetição, e nada mais se renovaria em meu destino, e que eu se eu existisse...Seria sem ação!
Até tracei retas sem fim, apressei meus passos, identifiquei os erros e mais uma vez, não consegui concluir à curva a frente.
As lembranças sempre serão carrascos da memória, e tolice será tentar apagá-las.
A penumbra das noites só me decifra o segredo que sempre soube e a madrugada devolve-me motivos para viver.

E depois... bem depois... do silêncio,
sondo sem exagero os passos da alma,
e vaga ao meu lado... ao acaso.
Tracejo a ousadia da alma, calo as chamas que tento apagar com o sopro de sorte que estremece e repudia os "poetas"...
Voltas sobre um mesmo mundo que já não respira.
Eu que necessitava tanto de alguém quando crescesse, tornei-me "eu" sem nem mesmo perceber.
Rude pesar de passos não traçados que me devolvem a infinidade de feitos que desfizeram meu ser...
E quando lembrar, não mais sentir vontade de chorar.
O último reflexo que mostra, o espelho não nega e minhas palavras...?

Eu sempre me olho, sou mais alma... que corpo.



Mais vela... que barco, mais vento... que mar.


Embora tenha devaneios de poeta,


sou mais certeza... que talvez.


Eu e minha alma hoje navegamos,


em busca dessa tal "sensatez".

Miquelinne Araujo

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Eclipse

Entre feitos e sonhos...Amores! 

Se após tudo, ainda não me desgrudar da alma esse vazio,

o peito arder de solidão, e uma lágrima escapar em espanto,
descer lacerando a carne, como se queimasse o sonho,
e o soluço contido esconder o pranto.
Se ainda que sonhe as míseras condições de amores, a verdade ainda esconder-se sobre mim.
Se ainda que caminhes e busque, entre pontos os sonhos esquecidos pelo não querer da ilusão.
Pode ser... que esteja somente a deriva, procurando um norte.
A mesmice me levou ao cansaço, o individual me deixou sem o abraço.
A voracidade do ter abandonou pelo caminho,
quando procurou abrigo... se viu sozinha.
E pelas mãos escapavam poesias, buscava-se magnetismo na alma...
Buscava-se a alma.
E ainda reconstroem-se os passos desalinhados, o afeto perdido.
Se depois de tudo... inda faltar insensatez,
haverá uma chance de nortear o destino outra vez.
Não se perde quando reeditam-se os sonhos,
quando a soberania sobressai-se da ditadura.
O diabólico sabor desventura, desnuda, desespera.
E transpiram-se as lembranças, recai-se o pranto...
E parte-se em busca de um novo norte, onde além da volta,
se refaça o amor.

(Miquelinne Araujo)

terça-feira, 26 de julho de 2011

Sem Título


Não devore o tempo como se fosse o último instante,

não desfoque o rumo,
nem o viva com se eterno fosse.

Ando a regar sentimentos...Deleitar a alma, acalmar o coração.
O fino véu encobriu as verdades que tanto guardei, hoje dão espaço para a certeza que encobriu-me de ti sem nem mesmo querer.
Tardia seriam as palavras que me vestiam, se encobriam, me inventavam.
Imperei no momento da dor  e sequei dentro de mim o que havia de arrependimentos.
Condiciono o calor proporcionado pelo frio das dúvidas, baixo guarda e rompo suposições (...).
O amor nunca seria fácil, tampouco queria que o fosse...
Inspiro o delicado sentimento, recomponho o passado...Afogo os erros.
Talvez pelo fato de não aceitar, acredito mais na força e consequentemente, me fortaleço.

(Miquelinne Araujo)

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Do que é feito um sonho?

                                                                                               
     "Respostas nem sempre são fáceis,
 mas são necessárias (Vidráguas)".




De presença de ausências
De desejos de essências
De projetos da alma... da ânsia do espírito...
Dos encantos da alegria... Do anseio de vencer o destino...
Do amor vencido....da vida vivida, da ância de querer!
De sensatas promessas...
De Fugazes desprezo
De verdades e ilusões...
De Caetanear... "tudo o que sonhares... todos os lugares...
De liberdade...
De voos e mergulhos a nosso interior.
De certezas que se contradizem com nossa realidade!
de possibilidades poéticas!!
De poesias possivéis! De encontros nascidos de desencontros....
Para além horizonte mar...
Para além do amor....Para amar!

(Miquelinne Araujo, wellington Bernardino Parreiras,Carmem Castro Mariz, Gilberto Monteiro Mazot, Elsa Maria Cunha, Celso Mendes, Carmem Silvia Presotto)

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Amizade


"Não se compra, não se vende...
A cor que colore em silêncio, que escuta segredos mesmo no recanto da tristeza.
Mãos que encaminham, refazem, acalentam.
Tradução que nem precisa se traduzir, sentimento puro...Puro amor.
Que nem a distância, pode destruir, que os ventos não levam, que o tempo não pode apagar.
Sopro divino sobre os erros, um verbo que não poderia se conjugar solitário.
Permissão da felicidade, certeza do amor, beleza da flor.
Caminho traçado, confiança restrita, beijo embalado, sepulcro da alma...Remédio da solidão.
Solução pro fim, recomeço da vida, mãe do choro...Mãe do amor!"

Dedico o poema, à aqueles que se fizeram especiais na minha vida, e que mesmo longe, se fazem presentes. à vocês que me entendem mais do eu mesma, que são peças fundamentais no teatro da minha vida e que tornam cada momentos inesquecível.Vocês que passe o tempo que passar, jamais serão esquecidos...`Pois o que é verdadeiro, nem o tempo pode parar.
Aos anjos que nem precisam de santidade para serem santos e aqueles que sem mesmo nunca ter visto, são e sempre serão, eternos: 
Fabiana Fontenele, Denizia Souza, Claúdio Robério, Elvis Lennon, Tatiara Araujo, Rennê Carvalho, Mariana Lima, Sandrio Cândido, Cid Correia, Marcelo Silva, Daniela Brito...
 Obrigado Por existirem e fazerem da minha vida, Uma perfeita Existência!

E a Todos Um FELIZ DIA DOS AMIGOS♥


segunda-feira, 18 de julho de 2011

Restos

E Do que me servem os olhos de certeza se a alma ainda pede respostas?


Sobrou amor no resto do olhar, miramos as facetas ilusionistas de um porém que deleitou os apesares.Os edifícios sustentam a leveza da brisa fresca que anuncia estações que passam e amores que voltarão a adormecer. O reflexo mostra cumplicidade com o tempo, os ponteiros dançaram valsas ensaiadas durante dias mas não aprenderam a parar. Descortinamos os segredos guardados, e se enfeitiçou ao arder insinuante do desejo que se propagou. Vendo-me por completa as certezas que talvez persigam a contraditória vontade de possuir, mas recebo num presente a expressão contínua do afago recebido. Querido futuro passado, desfaça em mim sobras de restos que ficaram na volúvel estrada de asfalto que me levou a teus encantos, simplifique os momentos, exista nesse vácuo noturno que preenche a face molhada!
Ah, presencio a solidão do crepúsculo que adiantou anos e fez-me envelhecer décadas.
Existo das lembranças, e renasço na moldura dos sentimentos.
Ah, belo presente que se vive...E hoje o medo que se leva, é a certeza que se tem.


(Miquelinne Araujo)

domingo, 17 de julho de 2011

Irracionalmente amor...


 

A mãe novamente geme,



o filho chora em prantos,



a poesia emudeceu-se.




  As tardes tornam-se noites,


as estrelas amaldiçoaram a penumbra que encobriu os antigos 


pesares...



Mas um amor se desfez.




A mãe chora,



o filho geme,



o mundo se cala.




Seria necessário mil céus para carregar todas as estrelas que 


iluminam o amor,



mil mares para separá-los,



mil desertos para fazê-lo sumir.



Por não sentir,dou voz a uma linguagem que fala alma, que 


sobrevive dos restos,



e se revela segredante dos mistérios que rondam o infinito.




O mundo já nem chora,



o filho calou-se,



e a poesia floresce nos dedos com a semente plantada em terra boa...



Tudo no ciclo inconstante que é amar em excesso.






(Miquelinne Araujo, À Carmem Silvia Presotto)





sexta-feira, 15 de julho de 2011

Nas Entrelinhas...


"Me vejo perdida...
Numa ilha de incertezas , na profundidade da saudades...Na certeza da maré!
Sobrevivi ao lado da força do desejo, da força do meu querer, e por ele também morro, me esqueço.
Procuro em vão os conceitos que tiram e devolvem, mas hoje a única fraqueza que possuo é a ferida no peito, que não cicatriza, que não passa.
Monopolizei os sentimentos, industrializei minha vida.
E sobrevivo nessa morte de paixões.
Esquecemos rápido, e o vento sopra contra a vontade.
Queria não só querer como possuir desafiadores instintos que pudessem ao menos amenizar o amargo, mas não concluo a felicidade sobrenatural que é deixada na imensidão desse frio que chega a me aquecer.
Seria bem mais simples me perder onde nunca busquei refúgio, ou talvez me encontrar onde existir fosse amar.
O encanto pouco a pouco desaparece de tua face, teus olhos já não me convidam a tentação de te querer, e as tuas palavras, são apenas ecos propagados em uma alma que se perdeu no orgulho...Triste orgulho!
Vivo mesmo que passageiro a certeza que amores não morrem, apenas se modificam."


(Por: Miquelinne Araujo)

P.S: Por que as vezes o silêncio é melhor que mil palavras!

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Doce Loucura

"A metáfora que ecoa e transborda em meus olhos"


"Eternizei a prisão que me libertava daqueles pulsares incontroláveis.Há muito mais do que sempre sonhamos...
Ambicionei eternidade, e frequentemente, ela me surge, figurada em momentos. Estou livre das armaduras que me prendiam na dor e poemo não por amor, mas necessidade de amar! Prosto-me no infinito que termina na lucidez dessa loucura. As negras ilusões foram esquecidas, e hoje só guardo os antigos olhares...A delícia do beijo. Ah, e se o passado ainda vivesse? 
Teimosamente indecisa tornasse a vida de quem ama em partes, em pedaços, sem certezas!
Poetas até tentam, e descrever é fácil, díficil é sentir, reconhecer, sentir na pele.
Anoiteci em versos, sonhei com poemas e vivo da poesia.
Preenchi o vazio com a ausência, fechei o cadeado que abria para o fim, transformei o antigo desejo em tarde onde nem mesmo o céu consegue reamar as nuvens.
Entorpecida pelas mãos seguras, parto longe em busca da paz que o amor não me trazia...Parto em busca da saudade, em  busca de mim.

(Por: Miquelinne Araujo)

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Simples Amor


Os sonhos se desfazem na lentidão de um beijo molhado...




Findou-me naquela tatuagem indiscreta,

amou-me no beijo repentino...

esqueceu-me no futuro de pecados.



Voltou e recomeçou,






                          reconstruiu amores,


inventou sabores,

fantasiou faces,

esqueceu as fases,

recriou meu mundo,




refez-me em mim.



                Partiu sem permissão,
furtou a paz que era minha,

descompletou corações,

levou adjetivos,




causou-me metáforas,

transformou-me em pedra...



             Exaltou sentimentos,
cantou poesias,
poetizou músicas,

amedrontou o meu medo de amar,

esqueceu meu amor medroso,

sentiu o insensível,
modificou o permanente...




Eternizou o prazer,

Eternizou você.



                             Passou a calma,
passou o amor...




Só não passa você!



         Único em petrificar meu coração,
único em trazê-lo a vida...




único em mim amar.



                  Sólido nas palavras, 
líquido nos sentimentos...

Gasoso na presença, que me preenche, me completa...





Se ausenta!



                                (Por: Miquelinne Araujo)

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Enfim, perto do fim!


Mais outra tarde sonolenta.
Outro sonho vivido...Uma vida sonhada.
Sabendo que nem sempre comecei pelo começo, termino ao meio o que só se faz em metades!
Doce amargo na boca, que me sugere teu beijo e me traz a recordação do leve tocar antes trêmula que me fazia naquela tarde de carnaval.Sentir o arrepio gerado pela presença da tua voz, e a essencialidade do gosto sem sabor daquela despedida que só era o inicio dessa história.
Os textos já não são confusos, e eu já consigo ouvir aquela música sem lembrar "daquele momento".
O sorriso que deixei nas lembranças guardadas,as letras rascunhadas nos bilhetes que te escrevi(e nem te entreguei), o sentimento sensacional de não só te sentir, mas de em você existir.
A amargura não é companheira, a crônica daquele antigo desejo se transformou em fábula de paixão desmerecida de final.
Dor passou...Coração calmo...Os pés nem congelam ao ver-te.
Submetidos ao excesso desse razoável sentimento, a grandiosidade nem se faz grande, ela tá pouca, tá doente e talvez nem venha a sobreviver...
Por que o bom de ter o coração partido, é que você pode entregar os pedaços para pessoas que realmente valem a pena...(R. M)

(Por: Miquelinne Araujo)