quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Um pouco além


 Eram vidas transportas, que elevadas já iriam ser luz. Foi descobrindo o medo que perdi a coragem pra desistir... E tudo tava lá, descaído, sem formas, o olhar que antes penetrava gerando arrepio, hoje só traz lembrança que nem merece memória. Vi passar a pressa acompanhada do desajeito e presenciei a queda da ilusão: o nunca se transformou em única verdade aceita, transformando o infinito em algo simples, tirando o brilho daqueles que apenas sonhavam em mudar o rumo para algum espaço onde sonhar não fosse desencanto. Infelizmente, disse adeus a muitas flores que reguei cautelosamente, mas sou capaz de não chorar vendo que existiam outros jardins mais merecedores dessa maior beleza . Aprendi assim a ver a vida de um outro ângulo, já aceitei o fim como algo que de certa forma será recomeçar , domestiquei meus sentimentos e só assim deixei de ser dona de mim, pra ser dona de meus sentidos...Hoje não espero mais a volta, não  conto horas para partir, eu aceito o futuro, só não aceito dizer adeus a certeza de que os que amo estarão sempre comigo, guardados onde nada e ninguém poderá roubar. Talvez a vida seja um sentido em busca de perguntas, ou uma pergunta que merece respostas, mas sinceramente, prefiro dizer que a vida é aquilo que acontece no limite do limite, é a força que move a morte e abre espaço pro amor...
Por isso, aceito as tempestades como algo desafiador, e essa "tempestade" também vai passar!

                                     Fé

Miquelinne Araujo

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